Celaena Sardothien é a assassina mais famosa do reino de Adarlan, mas mesmo com toda a sua experiência, a jovem fora encurralada e levada para as minas de sal de Endovier, o ultimo lugar para qual ela desejava ir. Já fraca e sofrendo diversas violências, Celaena teve uma surpresa ao capitão da realeza aparecer juntamente de sua alteza para lhe fazer uma proposta. A assassina teria que participar de uma competição, em nome do jovem e lindo príncipe, para fazer o papel sujo do rei e, em troca, ela teria a liberdade. A tão esperada liberdade. É claro que ela aceita e segue para o palácio junto com seus mais novos companheiros. 

“Ela venceria. Venceria e serviria o rei. Depois, desapareceria para sempre e nunca mais pensaria em castelos, reis ou assassinos. Celaena não desejava reinar sobre a cidade novamente. A magia estava morta, os feéricos tinham sido banidos ou executados, e ela nunca mais teria nada a ver com a ascenção ou a queda de reinos. Celaena não tinha destino. Não mais.”

A partir do momento que Celaena coloca os pés para fora das minas de sal, nós já sabemos que iremos embarcar em uma enorme aventura com a assassina. Em um mundo onde feéricos não haviam mais voz nem poder, pois toda a magia havia acabado e os seres mágicos mortos ou escondidos. Agora Celaena terá que desvendar mistérios quando algo começa a aparecer no castelo e aterrorizar e assassinar seus concorrentes. 

Não só mistérios perseguem a assassina, como também os segredos escondidos sob o chão daquele enorme palácio. A cada descoberta sobre o universo de Trono de Vidro abre uma nova porta para um lugar a ser explorado, nos fazendo querer ler ainda mais aquelas páginas com vontade e curiosidade. Várias perguntas ficam flutuando na nossa mente querendo respostas que, lendo o livro, podemos ter.

“Talvez o mundo jamais fosse perfeito, talvez algumas coisas jamais fossem corretas, mas quem sabe ela tivesse alguma chance de encontrar o próprio tipo de paz e felicidade.”

O romance também aparece nessa trama, embora não seja o foco principal. Dorian, o herdeiro e futuro rei de Adarlan, acaba criando um sentimento pela assassina arrogante e pretensiosa, assim como ela cria uma atração pelo adorável príncipe. Ambos tem uma boa conexão, fazendo com que nossos corações se derreta a cada cena deles juntos, mas não o suficiente para querer que esse casal fique junto para o resto da vida, ao menos para mim.

Por mais que Dorian seja lindo (muito, alias) e nossa Celaena seja uma personagem forte, achei que eles poderiam ter um conexão maior do que tiveram — se não fosse pelos os obstáculos entre os dois. Mas compreendo que o foco do livro não era o romance e sim a nova jornada que a jovem teria que passar para conquistar o rei e garantir a sua liberdade. 

“Príncipes não deveriam ser bonitos! Eles são criaturas revoltantes, arrogantes, estupidas! Esse… esse… Como é injusto que seja membro da realeza e bonito.”

A imagem de mulher forte que Celaena nos passa é de encantar, ainda mais quando ela mostra que pode ser tão incrível quanto os seus concorrentes em campo de batalha. É cada tapa na cara que levamos ao ler esse livro que eu me sentia as próprias vitimas de Celaena Sardothien. Ela não é uma pessoa cheia de dramas, muito pelo contrário, não deixa que as feridas a atrapalhe na sua missão. É forte como uma rocha e delicada como uma flor, gosta de se embelezar, vestir vestidos divinos e também pode ser amorosa. É tão mulher quanto nós, e isso nos faz estar mais conectada ainda com a protagonista. 

Acredito que todos os personagens tenham sido perfeitamente criados, sendo complexos a ponto de deixar sua marca em nossos corações, até mesmo os vilões. Não gosto quando o personagem principal é perfeito e o restante fraquíssimo, até porquê os personagens secundários também dão sentido a história, e a Sarah soube exatamente como fazer isso. 

Todos eles tem uma ferida, uma marca na sua vida tão grande quantos as de Celaena e foi uma das partes que mais gostei. Como eu sempre falo, Sarah não faz personagens mocinhos ou personagens inocentes, mas humanos como todos nós. Todos levam consigo a sua dor, o seu castigo, os seus medos… mas também aprendem a lutar com garras e dentes para se manter forte, seja o herói ou o vilão.

“Todos carregamos cicatrizes, Dorian. As minhas são apenas mais visíveis de que as maiorias.”

O livro é narrado em terceira pessoa, sendo que o foco principal é da assassina, mas também há narração de outros personagens, como Chaol, capitão da guarda real e treinador de Celaena, e Dorian. O fato de ter mais de um ponto de vista nos traz algumas informações a mais que estende todo o nosso conhecimento em relação aos personagens e a história. Sem falar que a narrativa é extremamente gostosa, até mesmo para quem não gosta de terceira pessoa (eu era uma delas, mas acabei mudando de opinião ao ler Trono de Vidro).

Apesar de ter amado imensamente toda a trama, houve algumas partes que me incomodaram, como o triângulo amoroso que ocorreu durante a história. Eu não sou fã de triângulos e não curti esse que aconteceu em Trono de Vidro, principalmente porque eu estava mais interessada em saber sobre os mistérios e o futuro da assassina do que em sua vida amorosa, mas não foi algo que me fizesse desistir do livro. Para quem gosta, super vale a pena com toda certeza!

“Eu posso sobreviver muito bem sozinha — se me fornecerem o material de leitura adequado.”

É um livro muito bom, tem uma parte exclusiva no meu coração simplesmente por ser o primeiro livro da minha série favorita. A Sarah soube desvendar todos os mistérios e fechar com chave de ouro sem deixar que o leitor fique perdido nesse mar de informações. É previsível, mas nos surpreende tanto no decorrer da história que isso passa batido, Trono de Vidro se estende muito além de um simples livro de fantasia.

Só não recebeu cinco estrelas, pois acho que, como uma leitora que já leu todos os livros da autora, ela pode ir muito além do que ela foi nesse primeiro volume. Para quem gosta da alta fantasia, aventuras, mistérios e personagens fortes e grandiosos, você irá se dar muito bem com Trono de Vidro. Apenas se divirta nessa jornada com a nossa assassina e enfrente todos os desafios juntamente com ela. Seja forte, seja corajosa, seja Celaena Sardohien.

Também indico as sequencias, pois apenas evolui cada vez mais. Se você gostou desse primeiro livro, com certeza amará os outros. Vale a pena dar uma chance para Sarah conquistar seu coração com essa história dramática e fantástica de Celaena.

Sobre a série

A série de Trono de Vidro é composta por 7 livos, sendo que A Lâmina Assassina é um complemento da história, onde há contos mega importantes para os outros livros.

Deixe um comentário