A Trilogia Millennium é simplesmente viciante. Quando começamos a ler a história de Lisbeth, não conseguimos parar. Foi assim com Os Homens que Não amavam as Mulheres e não seria diferente com A Menina que Brincava com Fogo, que é tão bom quanto o primeiro livro.

Com uma narrativa diferente, o livro nos mostra mais da vida de Lisbeth Salander e da amizade que Mikael Blomkvist nutre pela hacker. Assim como sua relação com Mimi, Palmgreen e seu passado.

Como no primeiro livro, Stieg Larsson peca pelo excesso de informação, no entanto a leitura de A Menina que Brincava com o Fogo (adicione o livro à sua meta de leitura no Skoob) é bem mais fluida do que a do primeiro livro.

Aqui, o escritor foca muito mais em detalhar os cenários e personagens, do que as coisas. Característica marcante de Os Homens que Não Amavam as Mulheres.

Acredito que por ser tão apaixonado por sua história, Larsson queria que ela durasse bastante, mas algumas cenas são totalmente desnecessárias e nos deixam com mais dúvidas do que respostas como, por exemplo, as cenas do início do livro, sobre a viagem de Lisbeth são totalmente desconexas.

Quando li a sinopse, que dizia que ela se tornaria suspeita de três assassinatos, fiquei preocupada que a obsessão dela por seus vizinhos de viagem pudessem ter alguma coisa a ver com isso, mas foi simplesmente uma situação isolada. Que aconteceu e pronto.

Assim como seu relacionamento com um garoto de 16 anos (?), sério, qual o sentido? Eu fiquei esperando ele aparecer de novo durante todo o livro, mas não deu nem sinal de vida.

Stieg se demora demais em narrar cenas que poderiam ser descritas em um parágrafo, o que pode tornar a leitura chata para quem não está habituado com a escrita dele.

Ter assistido ao filme Millennium – Os Homens que não Amavam as Mulheres também me ajudou a já conhecer uma parte da história e ansiar por ler as cenas do filme no livro. Isso me ajudou a devorar o livro rapidamente.

Como eu desconfiava, o filme americano, estrelado por Daniel Craig e Rooney Mara mostra não só os acontecimentos do primeiro livro da trilogia, como também parte dos acontecimentos de A Menina que Brincava com Fogo. 

Ainda que não seja tão fiel ao livro, o filme mostra a descoberta de Mikael sobre o passado de Lisbeth (quando ela conta pra ela o que fez com o pai dela quando era criança) – na verdade, no livro, quem conta essa história para ele é o Roger Palmgreen, antigo tutor de Lisbeth.

A cena em que Lisbeth assusta Bjurmann no elevador e diz que irá atrás dele caso ele continue pesquisando sobre remoção de tatuagens acontece um pouco diferente no livro.

Outra questão que o Stieg focou desnecessariamente foi a mudança estética de Lisbeth. Esperava que isso tivesse um impacto maior na história, mas assim como a matemática e o vizinho do hotel, sua mudança estética era só mais uma obsessão sem sentido.

História de A Menina Que Brincava com Fogo

Falando um pouco sobre a história do livro, Lisbeth é acusada de cometer três assassinatos em uma única noite. Sua digital foi encontrada na arma do crime e uma das vítimas tinha uma ligação direta com a moça.

A polícia agora precisa descobrir duas coisas: 

  • Primeiro: Onde está Lisbeth?
  • Segundo: Qual a ligação entre os três assassinatos

Já Mikael Blomkvist, percebe de cara que tem um grande mistério para desvendar em suas mãos ao encontrar seus dois amigos e colegas de trabalho mortos em seu apartamento. Como se isso não fosse o suficiente, ele quer provar a todo custo a inocência de Lisbeth, mesmo que ela não queira vê-lo nem pintado de ouro.

Então da metade do livro para o final, acompanhamos a saga de Blomkvist, que vai ganhando cada vez mais adeptos para provar que Lisbeth não matou seus colegas, enquanto tenta recuperar a confiança de sua amiga.

Só que como conhecemos a senhorita Salander, ela é uma danada de uma teimosa. E, com certeza, não vai ficar parada enquanto a polícia caça sua cabeça e a mídia massacra sua personalidade já duvidosa.

Com seus recursos de procedência duvidosa, Lisbeth começa a procurar ligações e motivos que façam sentido, já que tem alguém muito disposto a colocá-la trancada novamente em uma prisão para loucos.

Sem saber em quem confiar e acostumada a resolver todos os seus problemas sozinha desde criança, Lisbeth parte numa aventura desenfreada sem medo de quem possa encontrar pela frente para encarar seus fantasmas do passado e quem sabe assim provar que não matou ninguém – pelo menos não sem um motivo.

A Menina que Brincava com Fogo termina com o encontro inesperado de Libesth e Mikael em uma dolorosa cena onde nossa anti-heroína está entre a vida e a morte.

Minhas impressões sobre o livro

Eu gostei muito da leitura desse livro, muito mesmo. Foi eletrizante e eu engoli cada página como se minha vida dependesse disso.

Fiquei muito aflita com o sumiço da Lisbeth, queria muito saber como ela estava lidando com tudo o que estava sendo falado sobre ela na mídia – e não foram coisas boas. Fiquei preocupada dela ser pega antes da polícia acreditar em sua inocência e acabar no meio de um fogo cruzado com a polícia – essa era a esperança de seus inimigos, conhecendo a natureza combativa de Lisbeth ela, com certeza, não seria abatida sem lutar.

Também fiquei muito ansiosa para Lisbeth confiar e encontrar Mikael de uma vez. Esse é um casal que eu gostaria muito que desse certo, mas enquanto a Erika estiver na vida de Mikael ele nunca vai dar certo com ninguém. Aliás, essa é uma personagem que não simpatizo nenhum pouco.

Inclusive, esse é um traço da personalidade de Mikael que eu abomino, o homem trepa simplesmente com qualquer mulher que esteja viva. Como se a Erika não fosse uma pedra no sapato de Lisbeth chata o suficiente, neste livro Mikael engata um romance sem sentido com Harriet Vanger – uma das coadjuvantes de Os Homens que Não Amavam as Mulheres.

E estou muito animada para começar a leitura do último livro – que deve dar continuidade ao final de A Menina que Brincava com Fogo e inserir nosso casal preferido em uma nova aventura – sem a Erika para atormentar esse relacionamento.

Conclusão

Os Homens que Não Amavam as Mulheres e A Menina que Brincava com Fogo possuem narrativas distintas, já que no primeiro livro Lisbeth e Mikael trabalham juntos para desvendar um possível crime. E no segundo livro, Mikael trabalha praticamente sozinho para provar a inocência da Lisbeth, mas em essência seguem caminhos parecidos. Com uma linha investigativa bem presente em ambas as leituras.

Espero que o próximo livro também explique um pouco mais sobre o passado sombrio de Lisbeth e de um fantasma que vive rondando a vida da moça: sua irmã Camila.

Agora me conta aqui nos comentários se você já leu algum livro da trilogia e qual é o seu favorito!

Criadora de conteúdo, mãe, carioca da gema. Viajante e realizadora de sonhos.

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