Hoje a Ludmilla lança sua nova música e eu aproveitei para assistir aos primeiros episódios de Rainha da Favela, documentário sobre a vida da cantora no Globloplay.
E posso afirmar que apesar de não ser uma super produção, nos arrepia do início ao fim com a verdadeira essência da Ludmilla e a potência das suas relações.
Ludmilla começou sua carreira muito jovem e desde cedo vem enfrentando e matando um leão por dia para viver o seu sonho, mas toda vez que ela sofre um revés parece se reerguer com cada vez mais força.
O primeiro episódio de Rainha da favela, ilustra como uma garota preta e favelada começou na carreira musical de forma quase solitária.
O episódio que carrega o mesmo nome da série “Rainha da Favela“, narra na voz de sua mãe e fiel escudeira Silvana Oliveira como a Ludmilla – que na época se chamava Mc Beyoncé gravou a sua primeira demo.
Dona Silvana conta com alegria que na época, tinha um carro, uma Parati e que o vendeu para ajudar a filha dar o pontapé inicial em sua carreira. Nessa fase, MC Beyoncé grava a música “Sem Querer” e começa a fazer shows escondida de sua mãe.
Um dos momentos iniciais mais emocionantes desse primeiro capítulo, fala sobre a insegurança da Ludmilla mudar de nome.
Nesse momento ela começava a fazer sucesso e sua carreira era impulsionada pelo Esquenta, que sob a benção de Regina Casé e Mumuzinho jogaram Ludmilla nas graças do povo.
É curioso lembrar dessa época, em que todos falavam mal da aparência dela, mas ficavam atônitos quando ela abria a boca e soltava as primeiras notas ao cantor aquele outro ritmo que sempre fora sua paixão: o pagode.
A música “Não olha pro lado“, que Ludmilla compôs e jogou sozinha no YouTube foi a grande responsável por consagrar a fama da cantora em ascensão. De lá pra cá só vimos Ludmilla crescer cada vez mais.
Uma coisa que achei interessante é a forma segura como Ludmilla percebe que foi de fã, de uma pessoa que admirava uma celebridade – no caso a cantora Beyoncé, daí o nome da MC, em homenagem a sua idola -, para alguém que não só era admirada por tantas outras, como também respeitada. Como um símbolo de sucesso.
E ela fala disso em diversos momentos, como quando conta como tinha ido até o hotel em que Beyoncé estava hospedada e ficava olhando-a da rua e agora podia levar sua esposa lá, como hóspede.
Assim como ela repete a todo tempo que é uma mulher negra, periférica e bissexual.
Opressões que somadas, poderiam destruir não só a carreira, como a vida de qualquer pessoa, mas que Ludmilla enfrenta de peito aberto.
É muito bonito ver a Ludmilla falar sobre como se mantém forte para enfrentar o racismo que lhe é dirigido, de diversos lugares, como também sobre a forma como ela se transformou depois que assumiu seu relacionamento com a Brunna.
Em determinado momento ela diz que quem é artista não basta apenas não gostar do racismo, precisa ser anti racista por que os artistas negros, além de se preocuparem com suas carreiras, precisam lidar com os desafios impostos pelo racismo. Enquanto que os artistas brancos tem essa parte da mente – referente ao racismo – livres.
Rainha da Favela, Te assumir pro Mundo
Já o segundo episódio de Rainha da Favela é focado inteiramente no relacionamento de Ludmilla e Brunna Gonçalves e se chama “Te assumir pro Mundo“.
O relacionamento da Ludmilla com a mãe, sempre se mostrou ser de muita parceria e nessa parte do documentário podemos ter certeza de que é uma relação abençoada com muito amor.
Dona Silvana, que sofre com as agressões direcionadas à filha, suspeitava desde cedo que Ludmilla seguiria caminhos fora dos padrões definidos por nossa sociedade patriarcal. Respeitou isso desde sempre e afirma que quando a filha se assumiu pro mundo foi um momento de muito alívio e felicidade por que ela sabia que naquele momento sua filha finalmente poderia ser exatamente quem era ela, se tornando assim, alguém muito mais feliz.
E não só a mãe, como todos os amigos do casal dizem a mesma coisa: existe uma Ludmilla antes e depois da Brunna.
As duas são muito carinhosas uma com a outra e preferem curtir momentos em casa a fim de evitar fofocas desnecessárias.
A cantora também afirmou ter pedido a Léo Dias – o maior fofoqueiro do Brasil – para aguardar até que ela estivesse pronta para contar ao mundo sobre sua orientação sexual. E ele aguardou pacientemente até o momento em que ela mandou uma mensagem para ele avisando que podia dar o furo.
Depois disso, pudemos observar uma Ludmilla muito mais alegre “sair da jaula“, expressão que ela usa no documentário Rainha da Favela, como uma forma de dizer que finalmente se sentia livre por ter revelado o segredo que escondia faz tempo.
Neste capítulo vemos um pouco mais do talento para compor da Ludmilla e o quanto cada composição sua é feita de forma visceral. Além de duas viagens inesquecíveis para curtir a Lua de Mel com Brunna e sua família para Dubai e Maldivas.
Numanice
Nesse momento vamos nos encaminhando para Numanice, o terceiro e mais aguardado episódio de Rainha da Favela que infelizmente não estava disponível apenas para as contas mais simples do Globlopay.
Fiquei muito frustrada de não poder assistir ao último episódio disponível – que eu imagino ser o mais incrível da série – que infelizmente só está disponível para contas Globoplay + outros canais ao vivo.
Principalmente porque Numanice é um dos projetos mais diferentes e audaciosos da carreira da Ludmilla. Algo que ela vinha prometendo há tempos finalmente se concretizou: Ludmilla cantando pagode. E ganhou o coração de milhões de brasileiros com o show que a consagrou como uma verdadeira pagodeira.
Mas valeu ter conhecido um pouquinho mais por dentro dos bastidores da vida e carreira da Ludmilla e agora é aguardar ansiosa o lançamento de Socadona, produção que traz a Lud em clima de verão na capa do single e conta com as participações de Mariah Angeliq, Mr. Vegas e Topo La Maskara, ou seja, parcerias internacionais!
Me conta aqui nos comentários se você já assistiu Rainha da Favela e o que achou!
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