Por que os onis derrotados em Demon Slayer não voltam para Muzan Kibutsuji?

Você já percebeu que quando um demônio é derrotado em Demon Slayer, seus poderes não retornam para seu criador, Muzan Kibutsuji?

Hoje vamos explicar uma teoria do por que isso acontece e o papel de Tanjiro nessa história.

No anime criado por Koyoharu Gotōge (escritor e ilustrador do mangá Kimetsu no Yaiba), o vilão principal, Muzan Kibutsuji infecta pessoas que têm o sangue compatível com o seu e as transforma em demônios. Na série, eles são conhecidos como onis (que na mitologia japonesa o termo é equivalente a “demônio” ou “ogro”).

A partir dessa criação, Muzan consegue estabelecer uma ligação com suas criaturas física e espiritual, podendo se comunicar telepaticamente com eles ou até mesmo matá-los.

Só que, apesar disso, ao serem mortos por Tanjiro, os demônios (ou pelo menos seus poderes) não retornam para seu criador. E nós vamos explicar o porquê isso não acontece.

Por que o Muzan Kibutsuji não retoma seus poderes após a morte dos Onis?

A razão pela qual o Muzan não consegue restabelecer seus poderes após a morte dos Onis é por conta da forma como eles geralmente são derrotados na série por Tanjiro.

Durante as lutas com os onis, Tanjiro conversa com eles e mostra que existem outros caminhos para além da morte, destruição e poder. E isso faz com que eles repensem a forma como chegaram até aquele momento. Fazendo com que a essência humana se sobreponha a sua forma demoníaca. Ou seja, é como se a criatura fosse literalmente expurgada, restando apenas o corpo humano por debaixo daquela carcaça.

Isso ficou muito mais visível na morte do Rui, o Lua 5 Inferior, que criou uma família de Onis para suprir a falta que seus pais faziam. Apesar disso, seu lado demônio falou mais alto, e ele acabou se tornando muito cruel com todos à sua volta.

E essa teoria se aproxima muito da essência da série, porque Demon Slayer está sempre trazendo crenças e ensinamentos budistas.

No budismo tradicional, ir para o inferno não quer dizer necessariamente que você será punido para sempre. Muito pelo contrário, a punição será como uma forma de preparação para que você possa reencarnar corretamente no mundo atual. E esse ensinamento pode ser observado diversas vezes no anime. Principalmente quando um oni volta a sua forma humana.

Se essa teoria se confirmar, Tanjiro tem um papel ainda maior na série. Por que além de ser forte para lutar contra os demônios, ele precisa ter a empatia necessária para ao invés de acabar de uma vez por todas com a vida deles, trazer um discurso pacificador que os ajudarão a fazer a transição para humanos novamente. Dessa forma, ele acaba enfraquecendo o Muzan.

Essa teoria me lembra muito uma série de livros que li chamada Irmandade da Adaga Negra. Na série, o vilão principal Ômega cria uma série de soldados conhecidos como Redutores. Ao serem mortos, os redutores retornam para o corpo de Ômega.

Só que quando o Destroyer (o policial Butch O’Neal) entra em cena, ao invés de devolver os redutores para Ômega, ele consegue desenvolver um poder que destrói os redutores de uma vez, deixando o vilão principal da série cada dia mais enfraquecido.

Demon Slayer: Kimetsu no Yaiba é um mangá escrito e ilustrado por Koyoharu Gotōge. Contando com 23 volumes, narra a história de Tanjiro, um jovem vendedor de carvão que vê sua família ser dizimada por um criador de demônios. A primeira temporada do anime pode ser assistida na Netflix e os outros capítulos na Crunchyroll ou Funimation.